A CORRIDA ATRÁS DO CAPITAL DE GIRO
- Alexandre Feiden
- 15 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de set. de 2024
Muito se fala no mercado sobre as reformas que salvarão a pátria, a inovação necessária para o crescimento, indústria 3.0, 4.0 .... 10.0, abertura de capital, aportes financeiros, fusões, oportunidades no e-commerce e também que a maioria das empresas fecham as portas após 5 anos de existência, e que 20% dos negócios não passam do primeiro ano e que 50% quebraram antes de completar 5 anos, e o grande vilão que leva a quebradeira é a falta de capital de giro e o segundo grande vilão é a carga tributária.
Mas o que é esse tal de “Capital de Giro”, que a sua falta é a grande responsável pelas empresas quebrarem, segundo estatísticas. Como o próprio nome já diz, capital que gira, ele é o recurso financeiro utilizado pelas empresas nas operações de curto prazo, ou seja, as operações do dia a dia do negócio. Com este recurso, a empresa financiará suas vendas a prazo ou o seu contas a receber, com este capital de giro serão pagas as contas rotineiras como fornecedores, funcionários, empréstimos, tributos, etc., também são compradas mercadorias para a revenda e assim formar o estoque mínimo.
A maioria dos empresários reclama a falta deste capital de giro para as operações dos seus negócios. Mas a grande questão é: por que está faltando o capital de giro ou por que o capital de giro acabou? É necessário entender as razões que levam as empresas a correrem atrás do capital de giro e depois correrem novamente atrás do capital de giro e depois correrem novamente atrás do capital de giro...
A grande razão no qual o capital de giro da empresa está deficitário ou vem diminuindo ao longo do tempo, se dá porque a empresa não está operando acima do ponto de equilíbrio. Isso quer dizer que o negócio não está se pagando, está sendo utilizado recurso do giro para pagar as contas. De nada adianta recorrer a crédito de terceiros, como os bancos, se a empresa está operando abaixo do ponto de equilíbrio. O recurso levantado na instituição financeira para o capital de giro será sugado pelas contas a pagar, pois a sobra ou a margem da venda de um faturamento que está abaixo do ponto de equilíbrio não é suficiente para pagar as contas da empresa. Então antes de buscar capital de giro é de suma importância saber com exatidão o ponto de equilíbrio.
Para entender este raciocínio, imagine uma pessoa que tem um salário de R$ 5.000,00 e gasta todo mês R$ 6.000,00. Ela sempre fica com um déficit de R$ 1.000,00. De onde ela tira mais 1.000,00 para pagar suas contas se só ganha 5.000,00 ? Tira de algum lugar, empresta no banco, usa limite do cheque especial, empresta do tio, irmão, amigo e assim por diante. Vai chegar um momento que ela não tem mais de onde tirar esses 1.000,00 que agora já são 1.200,00 e depois 1.500,00 e consequentemente começará a atrasar as contas, qual a sua saída ?? Buscar o ponto de equilíbrio, equilibrar a sua renda com os seus gastos, ou seja, se recebe 5.000,00 de salário pode gastar no máximo 5.000,00, se ela não equilibrar as contas vai quebrar. Para uma empresa não é tão simples para se calcular o ponto de equilíbrio, mas é primordial saber qual o seu valor, quanto é a meta de faturamento da empresa frente a seu orçamento ( todos os comprometimento e investimentos ) e assim operar sem aquele sufoco diário, sem aquela correria diária para pagar as contas.
E se a firma está operando acima do ponto de equilíbrio e ainda assim existe uma necessidade de capital de giro ?
Havendo certeza absoluta de que o faturamento está acima do ponto de equilíbrio existe uma fórmula para se calcular a necessidade de capital de giro. Esta fórmula é genérica e são utilizadas informações contidas no Balanço Patrimonial. Como os relatórios contábeis não expõem com 100% de certeza os números das pequenas empresas o resultado da fórmula pode ser equivocado. Isto se dá por vários motivos e como existe o “jeitinho brasileiro” deve-se tomar cuidado ao utilizar a fórmula.
E por fim, havendo certeza absoluta de que o faturamento está acima do ponto de equilíbrio, pode-se melhorar a falta de capital de giro, administrando o tempo médio de recebimento das vendas, ou seja busca-se diminuir esse tempo e na outra ponta buscar o aumento do prazo médio de pagamento da contas, assim a empresa diminui o seu ciclo de caixa. Uma estratégia interessante a ser utilizada para amenizar a falta de capital de giro, trabalhar com o recurso do terceiro, que seria no caso o fornecedor. Resumindo, diminuir o prazo de recebimento e aumentar o prazo de pagamento.
A administração do capital de giro é fundamental para a prosperidade da empresa, se não haver uma boa administração do curto prazo, a empresa não chegará a uma administração de longo prazo.
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